Memórias da Ditadura

José Sarney

Presidente do Brasil de 1985 a 1990, José Sarney nasceu em Pinheiro, no Maranhão, em 1930. Ingressou na política em 1954, como suplente do deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN). Entre 1958 e 1965, exerceu dois mandatos como deputado federal. Inicialmente se opôs ao golpe militar de 1964, mas, no ano seguinte, com a instituição do bipartidarismo, entrou para a Aliança Renovadora Nacional, a Arena, o partido governista.

Durante a ditadura, governou o Maranhão e depois cumpriu dois mandatos como senador. Foi um dos fundadores do Partido Democrático Social (PDS), em 1979. Cinco anos depois, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e foi indicado como candidato à vice-presidente na chapa comandada por Tancredo Neves nas eleições indiretas para presidente da República. Antes da posse, Tancredo faleceu e Sarney assumiu o cargo em 15 de abril de 1985. Por mais uma ironia da história do Brasil, foi durante o mandato de Sarney, um político que apoiou todos os governos militares, que o país construiu a nova Constituição Democrática Brasileira, promulgada em 1988.

Seu governo foi marcado por uma forte recessão econômica, com elevados índices de inflação. As tentativas para combatê-la, como o Plano Cruzado e o Plano Verão, não deram resultado prático. Foi sucedido na presidência por Fernando Collor de Mello. Desde 1991, é senador pelo estado do Amapá.

Série sobre ex-presidentes: José Sarney

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frases

  • “O governo não estava popular, mas não havia um ódio ao presidente”.

    “Pensam que a transição democrática foi muito fácil. Foi difícil, criamos uma engenharia política”.

    “Meu governo esteve sob vigilância, achavam que eu havia levado comunistas para o palácio. Tanto que quando terminei meu mandato, pegaram um secretário meu e prenderam por dez dias. Foi uma maneira de mostrar quem mandava. No Maranhão não precisamos de anistia, porque não demiti ninguém com base nos atos institucionais. E, quando da decretação do AI-5, não passei um telegrama para Brasília. Fui o único governador a não enviar cumprimentos. E me preparei para ser afastado.”

    “Se não fosse o Cruzado, não teríamos tido condição de fazer a Constituinte, que foi uma obra de engenharia política, num tempo muito difícil. O Plano Cruzado foi importantíssimo, a partir dele conseguimos sair das fórmulas ortodoxas e entramos nas heterodoxas. Eu jamais aceitaria a fórmula do FMI.”

    “A transição democrática brasileira se deve ao meu temperamento, também, esse jeito nordestino de dialogar. Cometi um erro ao voltar à política quando encerrei meu mandato presidencial.”

    “Pouco me envolvi no debate da Emenda Dante de Oliveira, que não chegou ao Senado. Por outro lado, eu estava convencido de que a volta das eleições diretas para presidente estava próxima.”

  • “Eu tenho consciência que o senhor não teve facilidade, muito menos moleza. Quero colocar a sua presença na Presidência no período da Constituinte em igualdade de condições com o companheiro Ulysses Guimarães.”, Lula, outubro de 2013 (reportagem do Estadão).

    “Sarney é um símbolo. Mas não apenas do poder, injustiça e miséria no Maranhão. Sarney é símbolo, representação e representante de um certo Brasil”, Bob Fernandes.

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