Memórias da Ditadura

Riscala Corbaje

Riscala Corbaje, coronel reformado da Polícia Militar, foi chefe da equipe de interrogadores do DOI-Codi do Rio de Janeiro entre 1970 e 1972. Era também conhecido como “Nagib”. Em depoimento ao grupo Justiça de Transição do Ministério Público Federal, em maio de 2014, Corbaje admitiu ter torturado mais de 500 presos políticos no período em que esteve à frente do órgão de repressão. Segundo ele, o método mais utilizado era o pau de arara.

Uma das vítimas do coronel foi Cecília Coimbra, ex-militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). A cineasta Lúcia Murat também acusa Corbaje de tê-la torturado. Em depoimento no seminário “Verdades que a Ditadura Escondeu”, no curso de Comunicação da PUC do Rio de Janeiro, ela relatou que foi abusada sexualmente por ele. Em 1985, Corbaje ocupou o cargo de assessor de segurança do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj).

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frases

  • “Não tem necessidade de fazer nenhum outro sofrimento, choque, nem nada. Os outros davam tapa, davam soco. Cada um trabalhava de um jeito lá. Tu já viu estudante? Você pega um estudante, você bota ele com o peso do corpo numa barra de ferro e deixa ele 15 minutos pendurado no pau de arara. Não precisa dar choque. O cara urra de dor. Sabe por quê? Atinge os nervos da perna. O cara quer descer de qualquer maneira”.

    “Me chamavam para tirar dúvidas sobre as mentiras do preso. Eu sabia porque lia. Aí eu ia. Dizia, essa organização não é do Rio, é de outro Estado. Se ele veio para o Rio, ele veio para uma reunião, e então já tinha assunto, o que aquele cara estava fazendo aqui. O problema é o que fazer com o preso no estado em que ele ficava depois”

  • “Ele tinha um porte atlético. Todas as torturas a que fui submetida foram conduzidas pela equipe de Riscala.”, Cecília Coimbra, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), integrante do grupo Tortura Nunca Mais.

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