Memórias da Ditadura

Romeu Tuma

Romeu Tuma, policial, bacharel em Direito e político. Foi delegado e diretor do Deops, entre os anos de 1966 e 1983. Esteve à frente de um dos principais órgãos da repressão durante a ditadura, em São Paulo, no período que coincide com uma série de denúncias de torturas, mortes e outros abusos cometidos em seu interior. Por lá, trabalhou com o delegado Sérgio Paranhos Fleury, de quem foi subordinado por algum tempo, ao mesmo tempo em que o coronel Erasmo Dias chefiava a Secretaria de Segurança Pública paulista.

Em mais de um caso de ex-presos políticos assassinados nas dependências do Deops, ou de outros aparelhos repressivos, o nome de Romeu Tuma aparece assinado em inquéritos falsos que serviriam para encobrir as causas reais de morte das vítimas ou omitir a localização de restos mortais de quem teria sofrido abusos. Parte significativa desses documentos classificava como suicídio mortes decorrentes de tortura, ou apresentava incoerências em relação aos locais e horários em que certas pessoas teriam desaparecido.

Além disso, há relatos de que Romeu Tuma poderia ter participado do combate à Guerrilha do Araguaia. Segundo depoimentos de ex-soldados do governo que atuaram na região, ele teria sido visto por mais de uma vez nas dependências do Exército. Após o término do governo militar, durante a presidência de José Sarney (1985-1990), teve o cargo de superintendente e, na sequência, de diretor da Polícia Federal (PF). Nesse período, os registros do Deops foram levados à sede da PF, deslocamento questionado na época por ex-presos políticos e familiares das vítimas.

Em 1994, foi eleito senador pelo então Partido Liberal (PL) e, posteriormente, reeleito no ano de 2000, filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL). Em 2009, foi um dos alvos de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que pedia a responsabilização dos réus pela ocultação de cadáveres durante a ditadura. Ele figura em pelo menos cinco episódios do tipo, segundo o MPF. O processo foi suspenso pela Justiça em 2011. Romeu Tuma faleceu em 2010, aos 79 anos.

Trajetória de Romeu Tuma

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