Memórias da Ditadura

Betinho

Herbert José de Souza, mais conhecido como Betinho, foi sociólogo e ativista de direitos humanos. Sua militância começou na adolescência, na Ação Católica, em Belo Horizonte. Na UFMG, foi um dos fundadores da Ação Popular (AP). Depois de formado, engajou-se na luta pelas reformas de base do governo João Goulart.

Betinho resistiu ao golpe de 1964 e à ditadura que se instalou no Brasil. Quando a repressão se intensificou, partiu para o exílio, em 1971. Morou no Chile, no Canadá e no México. No fim dos anos 1970, a volta de Betinho, o irmão do Henfil, virou marca da campanha da anistia por causa da música “O bêbado e a equilibrista”, de Aldir Blanc e João Bosco. Betinho retornaria ao Brasil em 1979 e criaria, dois anos depois, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).

Seu trabalho de maior destaque foi o projeto da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Betinho e seus irmãos, o cartunista Henfil e o músico Chico Mário, eram hemofílicos, doença herdada da mãe.

“Meu Brasil/ que sonha com a volta do irmão do Henfil/ de tanta gente que partiu”, referência a Betinho na canção “O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, lançada em 1979 por Elis Regina.

Mudar o país, por Betinho

Comissão de Anistia indeniza familiares de Betinho

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frases

  • “Democracia serve para todos ou não serve para nada.”

    “A luta pela democracia é que desenvolve o mundo, e ela se constrói com e através da comunicação.”

    “Nós temos condições de mudar o país. Mas é preciso ter confiança em que essa mudança vai partir de nós. Ela não vai cair do céu. Ela não vai ser feita pelos outros para nós. Ela vai ser feita de nós para os outros. E isso é para mim uma convicção muito profunda. Se a nossa geração, se nós que estamos vivos, ainda decidirmos mudar o país, nós vamos acabar com a fome e com a miséria, nós vamos fazer um país democrático. Eu tenho a absoluta convicção disso. Tem só um ‘se’, e o ‘se’ é você. Se você decidir fazer isso acontecer.”

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