Sociólogo e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Fernando Henrique Cardoso, ou FHC, foi ministro das Relações Exteriores e da Fazenda no governo Itamar Franco e presidente do Brasil por dois mandatos seguidos (de 1995 a 2002).
Após o golpe militar de 1964, exilou-se no Chile e, a seguir, na França. Durante esse período, publicou vários livros e artigos sobre a burocracia estatal, as elites industriais e, em particular, a Teoria da Dependência. Seu trabalho sobre esse assunto seria sua contribuição mais aclamada aos estudos de Sociologia e Desenvolvimento, especialmente nos Estados Unidos.
Voltou ao Brasil em 1968 e se tornou professor de Ciências Políticas na USP. Meses depois, foi aposentado compulsoriamente como consequência do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Fundou, então, com outros pesquisadores cassados, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que se tornaria um núcleo de pesquisa e reflexão sobre a realidade brasileira.
Em 1974, coordenou a elaboração da plataforma eleitoral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o partido de oposição ao regime e, quatro anos depois, concorreu ao Senado pelo partido e foi eleito suplente de André Franco Montoro. Em 1983, com a eleição de Montoro para o governo de São Paulo, assumiu a vaga dele no Senado, pelo PMDB.
Participou da campanha das Diretas Já e da articulação da candidatura de Tancredo Neves à Presidência, em 1984. No ano seguinte, foi candidato a prefeito de São Paulo e perdeu por 1,3% dos votos para o ex-presidente Jânio Quadros. No ano seguinte, reelegeu-se para o Senado com 6 milhões de votos e foi um dos relatores da Constituinte de 1988. No fim daquele ano, fundou o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao lado de Mário Covas, Franco Montoro, José Serra e outras lideranças.
Em 1992, assumiu o Ministério das Relações Exteriores do governo Itamar Franco. Tornou-se, em seguida, ministro da Fazenda, mobilizando uma maioria parlamentar a favor do seu plano de estabilização da economia, o Plano Real. Deixou o Ministério da Fazenda em março de 1994 para se candidatar à Presidência da República. Foi eleito presidente no primeiro turno, sendo reeleito em 1998, também no primeiro turno.
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“O exílio foi um fato muito violento, para mim quase incompreensível. Eu estava na universidade, era socialista em sentido genérico, não militava em uma organização. Por obra e graça do golpe militar, fui parar no Chile. Em 1968, mudei-me para a França, e aos 37 anos era professor na Universidade de Paris. Logo voltei ao Brasil, fiz concurso e ganhei a cátedra na USP. Seis meses depois fui aposentado pelo AI-5. Era o pior período da ditadura militar. Foi quando criamos o Cebrap: se a barbárie se espalha, é preciso preservar pequenos espaços de liberdade”.