Memórias da Ditadura

Luís Travassos

Ativista e líder estudantil brasileiro durante a ditadura militar. Iniciou os estudos no Colégio Santo Agostinho e, como seminarista, entrou em contato com atividades políticas em organizações católicas progressistas. Aos 20 anos, ingressou na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). À frente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1967, defendeu a mobilização permanente na luta contra a ditadura.

Foi um dos organizadores da Passeata dos 100 Mil, em junho de 1968, que reuniu intelectuais, operários, profissionais liberais e religiosos, no centro do Rio de Janeiro. Em outubro do mesmo ano, foi preso durante o 30º Congresso de Ibiúna. Em setembro de 1969, foi um dos 15 presos políticos libertados em troca do resgate do embaixador norte-americano Charles Elbrick.

Enviado ao México, seguiu depois para Cuba, Bélgica e Alemanha. Após dez anos de exílio, voltou ao Brasil com a promulgação da Lei de Anistia e ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT). Morreu no Rio de Janeiro, aos 37 anos, vítima de um acidente de carro.

Cenas da Passeata dos 100 Mil

frases

  • “Em quinze minutos de manifestação, falaram três oradores. Diversos cartazes coloridos, tinham dizeres contra o governo, ‘a ditadura’ e ‘o imperialismo’. Durante todo o tempo os estudantes gritavam em coro frases como ‘o povo organizado derruba a ditadura’, ‘fora ianques’ e ‘abaixo a ditadura’. Às seis e meia, o presidente da UNE, Luis Travassos, subiu num banco de pedra da praça e falou durante cinco minutos. Disse que o 29º Congresso da UNE se realizou com inteiro sucesso, que a UNE é contra ‘a ditadura imperialista’, que o ‘imperialismo não está lá fora, está aqui dentro mesmo, representado pela ditadura militar’. Travassos acabou por firmar que o povo deve se organizar ‘para que em conjunto possamos deflagar uma ação que derrube a ditadura’.”

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