Memórias da Ditadura

Jacob Gorender

Foi um dos mais importantes historiadores marxistas brasileiros. Em 1941 entrou para a Faculdade de Direito de Salvador, época em que se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Interrompeu os estudos em 1943 quando, aos 20 anos, se alistou na Força Expedicionária Brasileira. Lutou na Europa em batalhas como a de Monte Castelo, na Itália. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para o Rio, onde trabalhou em jornais de esquerda e, em 1953, para São Paulo. Dois anos depois, seguiu para Moscou.

O golpe de 1964 pegou o PCB de surpresa e rachou o partido. Gorender foi expulso em 1967. No ano seguinte, criou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), junto com Apolônio de Carvalho e Mário Alves. Em 1970, foi preso e duramente torturado. Foi condenado a dois anos de prisão.

Entre seus trabalhos se destacam “A burguesia brasileira”, de 1981, e “Combate nas trevas”, de 1987. Sua principal obra foi a tese “O escravismo colonial”, de 1978. Gorender foi reconhecido com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e passou a atuar como professor visitante no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP).

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frases

  • “Gorender descreveu e questionou práticas problemáticas das organizações da luta armada, como o justiçamento de militantes. Ao abrir esse debate, provocou uma consideração mais complexa sobre as esquerdas.”, James Green, historiador brasilianista da Universidade Brown.

    “Nós nos conhecemos presos no Dops, em São Paulo. Ele estava convalescente de torturas e foi conselheiro importante num momento crucial na minha vida”, Dilma Rousseff.

    “Gorender tem importância tanto pela trajetória, que acompanha o Brasil desde os anos 1940, quanto por morrer falando, sem medo de uma posição crítica.”, Maria Aparecida de Aquino, professora de História da USP.

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